quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Resultado da enquete

A primeira enquete do blog foi encerrada na tarde de hoje. Foi perguntado aos leitores o que acharam do Folia e Dignidade. A resposta mais votada foi “Divertido, engraçado”, com 52% dos votos, seguida de perto por “Lindo, maravilho!”. Ao todo, foram computados 53 votos em uma semana. Agradecemos a audiência e, neste fim de semana, vamos colocar uma nova enquete no ar. Confira o resultado completo da enquete:

O que você achou deste blog?
Lindo Maravilhoso (39%)
Divertido, engraçado (52%)
Bobo, beirando ao ridículo (1%)
Pretensioso e desnecessário (3%)
Tão ruim que prefiro nem comentar (1%)

Festa disputada na Padre Miguel

Quem estiver no Rio neste sábado não pode deixar de conferir a apresentação da comissão de frente da Mocidade Independente de Padre Miguel. A comunidade de Vila Vintém, que sempre apresenta belíssimas comissões de frente, será comandada em 2008 pelo coreógrafo Fábio de Mello, que há 15 anos desenvolve esse trabalho, embora em outras escolas de samba.
A verde e branco traz neste ano o tema “O Quinto Império: de Portugal ao Brasil, uma utopia na história”, do carnavalesco Cid Carvalho. A comissão de frente (na foto, com Fábio de Mello ao centro/Divulgação) vai apresentar em sua coreografia as mudanças de hábito da população brasileira a partir da vinda da família real portuguesa ao Brasil.
A festa começa às 23h na quadra da escola (rua Coronel Tamarindo, 38, Padre Miguel). Mulheres pagam R$ 5, mas se chegarem até a meia noite não pagam entrada. Homens pagam R$ 15. A cerveja está praticamente de graça: R$ 3. E o estacionamento é gratuito.
Vale à pena conferir a festa, visto que qualquer evento na quadra da Padre Miguel costuma ser disputadíssimo. É a desculpa perfeita para ver a performance da bateria nota 10 da escola.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Triste cortejo

O Carnaval 2005 reservou inúmeras emoções para o público, mas nenhum momento foi tão marcante quanto aquele em que a Velha Guarda da Portela foi impedida de participar da festa. Com o samba-enredo “Nós podemos: oito idéias para mudar o mundo”, a escola se atrasou ao passar pela Sapucaí. Sob a alegação de que não poderia estourar o tempo regulamentar, a diretoria fechou os portões de acesso à avenida proibindo a entrada da Velha Guarda, a última ala da escola.
Finalizado o desfile da Portela, a Velha Guarda resolveu que entraria na Sapucaí de qualquer jeito. E foi cantando o samba sem acompanhamento que desfilou, carregando o manto azul e branco da escola. À frente seguia o carro abre-alas, exibindo a tradicional águia, que também tinha sido esquecido na concentração.
O triste cortejo foi recebido com aplausos e lágrimas pelo público, que olhava incrédulo a forma como a Portela de Candeia, Clara Nunes e Paulinho da Viola tratava seu principal patrimônio: a Velha Guarda.
É inegável que as escolas de samba mudaram muito, bem como o Carnaval se recriou um milhão de vezes desde a década de 30, quando os desfiles das escolas de samba foram oficializados. Mas em momento algum dessa história, a Velha Guarda foi tratada com tamanha insensibilidade. Afinal, se a Portela é, até hoje, a escola que mais acumulou títulos no Carnaval carioca, foi o trabalho dessa gente que, pelo menos, garantiu à comunidade de Madureira um passado de glória.

* Andrea Catão

Vote na enquete

Nos diga o que achou deste blog e nos dê a sua sugestão. Para isso, vote na enquete desta semana, que será encerrada dentro de três dias. Você também pode postar um comentário ou mandar sua sugestão para o Folia e Dignidade. O e-mail é catao.bianco@gmail.com.

domingo, 25 de novembro de 2007

Minhas colegas de trabalho

Para a amiga Ana Gabriela, que estava em dúvida sobre o ano em que Silvio Santos foi homenageado. O enredo "Hoje é domingo, é alegria. Vamos sorrir e cantar!" é de 2001 mesmo, mas a escola que o levou à avenida foi a Tradição, e não a Caprichosos de Pilares. O trecho inicial do samba dizia: "Olha que glória, que beleza de destino / Pra esse menino Deus reservou, ô ô / Ele cresceu, ele venceu, vive sorrindo / Com muito orgulho, foi camelô ...".

Atendendo ao pedido da "colega de trabalho" Ana Gabriela, aí vai o restante da letra:

"...Nasceu na Lapa, no Rio de Janeio / Esse artista é o enredo da nossa Tradição / Foi do rádio, minha gente / Hoje na televisão, oi, patrão / Faz o dia mais contente, a alegria do povão / Qual é o prêmio Lombardi, diz aí / Qual é a música, quem sabe, canta aí / Quem quer dinheiro? / O aviãozinho vai subir / Minhas colegas de trabalho / Que beleza de auditório / Abre a Porta da Esperança / É Namoro na TV, Boa Noite, Cinderela / Gosto de você / Em Nome do Amor / Eu quero morrer de prazer / Laiá, laiá, oi / Laiá, laiá, oi / É um baú de felicidade / Vamos cantar, vamos brincar, vamos sorrir / É domingo, é alegria / Silvio Santos vem aí."

* Christiano Bianco

Recordações

Dia desses, assistindo ao documentário "Chico e as Cidades", uma cena causou emoção. Já no final, com os caracteres passando no canto inferior da tela, uma negra, certamente mangueirense da gema, enquanto cozinhava, cantava, sem errar a letra, o samba campeão da Mangueira em homenagem ao ilustre compositor em 1998 - "Chico Buarque da Mangueira". Só quem estava lá - era meu segundo ano de Sapucaí 'in loco' - viu a verde-e-rosa sair da avenida consagrada pelo público, aos gritos de 'é campeã', em meio ao refrão: "Ô iaiá, vem pra avenida ver meu guri desfilar / Ô iaiá, é a Mangueira fazendo o povo sambar". E olha que nem mangueirense sou. Mas acho que reside aí a principal diferença, sob o ponto de vista da torcida, entre futebol e Carnaval. Apesar de termos nossa escola do coração, torcemos para que as demais também façam uma bela apresentação. Afinal, o que vale é o espetáculo.
Ainda em relação à Mangueira, mais uma recordação. Ontem assisti a trecho do desfile de 2003, aquele sobre a fuga dos judeus do Egito, e relembrei mais uma daquelas tiradas geniais dos carnavalescos: uma ala toda de azul, representando o mar, abre-se, a partir de uma ordem de Moisés, para a passagem do povo, no momento exato em que o samba diz: "Libertação! E num gesto encantado / O mar virou passarela".

* Christiano Bianco

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

É Hoje

Minha queridíssima Ilha do Governador estará pela sexta vez consecutiva no grupo de acesso, mas desta vez reeditando o inesquecível samba "É Hoje", de 1982, quando a escola conquistou a quinta colocação. Pode não subir de novo, até por que a disputa se acirra a cada ano - em 2008 entrarão na Sapucaí no sábado nada menos do que Império Serrano, Estácio de Sá, Caprichosos e Santa Cruz. Mas que será emocionante, será. Será de arrepiar. Muitos artistas modernosos gravaram esse samba - a Fernanda Abreu por exemplo o destruiu ao entoá-lo em ritmo de funk. Mas convenhamos, ele é a marca registrada da Ilha, e volta agora às suas honrosas origens, como um legítimo e maravilhoso samba-enredo.

* Christiano Bianco

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Vote na enquete

Colocamos no ar a primeira enquete do Folia e Dignidade. Participe. A enquete está aí ao lado.

O que você achou desse blog?

Lindo, maravilhoso!
Divertido, engraçado
Bobo, beirando ao ridículo
Pretensioso e desnecessário
Tão ruim que prefiro nem comentar

Esquentando os tamborins

O CD do grupo especial do Carnaval do Rio de 2008 deve chegar às lojas no dia 26. É esperar para ouvir - e comentar.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Ilustração

A primeira contribuição feita ao blog Folia e Dignidade foi do jornalista Cássio Gomes Neves. O grande colega gentilmente concebeu - e nos cedeu - a ilustração que está no cabeçalho desta página.
Em troca de nossa eterna e sincera amizade, Cássio usou sua tarde de folga de 20 de novembro, feriado paulistano do Dia da Consciência Negra, para criar a ilustração acima.
Aqui vão nossos sinceros agradecimentos a esse colega, o qual esperamos que continue a contribuir com esse blog, na forma de textos sobre o Carnaval. O espaço sempre estará aberto.

Por que folia e dignidade?

A razão do “folia” nem é preciso explicar a que veio. Se o assunto é Carnaval, nada mais apropriado. Carnaval também é beleza, alegria e tantas outras coisas bacanas. Mas tem um lado do Carnaval – e principalmente do Rio – que não tem lá muita coisa de bom. E é, justamente aí, que entra o fator dignidade.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Ver a Mangueira entrar

A piada de conotação sexual é a mais antiga de todas. Piada velha, que todo fevereiro algum desatualizado recorre na tentativa de fazer rir. Não avisaram que perdeu a graça faz tempo, muito tempo. Sei que nem deveria mencioná-la para não cair no ridículo, mas é justamente essa expressão boba que melhor se encaixa quando se explica uma emoção: a de ver a Mangueira entrar na avenida.
A primeira vez que vi a Mangueira entrar chorei – e sem trocadilho. A Mangueira de Cartola e Dona Zica. A Mangueira de Jamelão. Escola do coração de Chico Buarque, o homem mais lindo do planeta. E foi num distante fevereiro que constatei, ao vivo e a cores, porque é que atrás da Verde e Rosa só não vai quem já morreu.
Naquele ano, que nem me lembro mais qual era, a Mangueira não foi campeã. Também não me lembro qual escola venceu, mas isso não tem a menor importância. Provavelmente foi uma escola que fez um desfile tecnicamente perfeito, sem erros. Injustiça. Não me lembro da Mangueira ter errado em momento algum. Para mim, estava perfeita. Da comissão de frente à última ala foi um espetáculo.
Claro que depois me encantei por outras escolas. Hoje, digo que sou Vila Isabel desde criancinha. Também passei a torcer para a Tijuca desde que apresentou ao mundo Paulo Barros – para depois perdê-lo para a concorrência. Mesmo assim, não dá para negar que a Mangueira encanta quando toma a avenida. A Verde e Rosa pode até fazer enredo direcionado para agradar o patrocinador ou impedir a Bete Carvalho de desfilar, mas vai ser sempre Mangueira.

* Andrea Catão

domingo, 18 de novembro de 2007

DNA do samba

Perguntei a inúmeras madrinhas de bateria – as verdadeiras, não aquelas que só aparecem na escola porque são as gostosas da vez! – o que as faz tão sensacionais quando acompanham a bateria de uma escola de samba. A resposta que recebi de todas elas foi aquele clichê que se ouve todo Carnaval: “está no sangue”. Como não fiquei convencida, saí em busca de informações adicionais.
Depois da resposta de que o gingado era fruto de uma certa coisa que estava no sangue, eu solicitava a essas mulheres – a maioria anônima – que me fornecessem outras pistas.
De uma delas, fiquei sabendo que o segredo estava nos pés. Era preciso deslizar para frente e para trás e também para os lados. De outra, veio a informação de que o importante era prestar atenção aos joelhos. Aquela coisa de que, enquanto o pé direito desliza para a frente, ao mesmo tempo o joelho esquerdo deve pender para a esquerda e para trás.
Uma terceira me informou que o rebolado também deveria ir para a esquerda e para a direita, enquanto os pés deslizavam para a esquerda e a direita alternadamente e os joelhos deveriam acompanhar, embora no sentido contrário e inverso, esse conjunto de coisas.
Como continuava confusa, busquei outras fontes e, com isso, novas informações foram agregadas. Descobri que, resolvendo a questão dos pés, dos joelhos e do rebolado, os braços deveriam subir e abaixar seguindo o ritmo do samba e a cabeça deveria pender para tudo quanto é lado. E tem mais: era necessário exibir um sorriso sincero, cumprimentar o público, prestar atenção no mestre de bateria, fazer reverências mil aos ritmistas e não esquecer, em hipótese alguma, de cantar o samba com alegria e devoção.
Foram tantas as tentativas que perdi a conta de quantos carnavais se passaram sem que eu sequer conseguisse abanar os braços decentemente. Com isso, me rendi à verdade absoluta contida na primeira resposta que recebi de que é preciso ter essa tal coisa no sangue. É preciso nascer com o DNA do samba.

* Andrea Catão

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Início oficial das atividades

Esse blog começou a funcionar oficialmente na data de hoje. Talvez você não encontre por aqui exatamente o que procura, mas mesmo assim esperamos que nos procure, nos dê audiência, colabore conosco votando em nossas enquetes, deixando comentários e tudo o mais. Prometemos manter esse espaço atualizado e esperamos que possa se divertir ou, quem sabe, até se informar.