quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Carro do Holocausto censurado na avenida

Soa a demagogia a proibição do carro do Holocausto na Viradouro. A Justiça do Rio concedeu hoje, 31 de janeiro, liminar favorável ao pedido da Federação Israelita do Rio, que alega que o Carnaval estaria sendo usado para "profanar" a memória do Holocausto, o extermínio de judeus pelo governo de Hitler. Ora, Carnaval sem polêmica não existe. E proibir que um importante episódio da história, embora lamentável, não seja mostrado à sociedade é esconder os fatos obscuros e negativos da humanidade em detrimento da propalação das virtudes e benfeitorias. Se a Viradouro fizesse apologia do Holocausto, a medida até se justificaria. Pelo contrário, o episódio seria retratado com tristeza, com esculturas inanimadas representando corpos mortos. Apenas Hitler seria representado por um componete, vestido a caráter. Aliás, foi o conhecimento desse elemento que fez a entidade a ingressar com ação judicial, já que o presidente da Federação, Sérgio Niskier, dissera que não iria recorrer à Justiça - até então ele apenas havia pedido à Viradouro para não utilizar a alegoria fruto discórdia.

A representação não está fora do contexto nem é desapropriada e muito menos fere a preservação da memória dos judeus, como acusa Niskier. Está sim no contexto do enredo. Tanto que um trecho do belíssimo samba da Viradouro diz "Porém nem tudo são flores / Há dissabores, infelicidades / Vidas perdidas nesse mundo de maldade".

Não tenho procuração para defender Paulo Barros, o genial carnavalesco da Viradouro, mas não dá para deixar de rebater os argumento de Niskier, que diz que "o carnavalesco Paulo Barros demonstrou insensibilidade" e "o fato de tentar planejar este carro mostra que não houve outra preocupação além da estética". Barros chegou a ser criticado pelo carnavalesco da Grande Rio, Roberto Szaniecki, que é descendente de judeus poloneses. Os desfiles carnavalescos procurarm mostar como anda nossa sociedade e fatos históricos de forma leve, por vezes didática, e também denunciar crueldades, desmandos e infortúnios - quantas escolas já não criticaram a corrupção e violência em seus enredos? Portanto, a preocupação do Carnaval - e de Paulo Barros especificamente - não é meramente estética. Como em toda manifestação cultural, há conteúdo. E o polêmico carro pode nem ter oportunidade de entrar na avenida - caso a liminar seja mantida - para podermos dizer se houve ou não "insensibilidade". Talvez o impacto que cause seja comoção e solidariedade com o drama dos judeus.

E pergunto, por que tantos outras passagens da história, igualmente maléficas, são retratadas em inúmeros desfiles e ninguém nunca reclamou? O sofrimento dos negros na escravidão - todo ano há um navio negreiro com figurantes sendo chicoteados -, a matança dos índios pelos portugueses, para citar apenas alguns exemplos. Isso é brincar com o sentimento alheio? Claro que não, trata-se de representação de fatos históricos.

A verdade é que Paulo Barros injetou sangue novo no Carnaval carioca desde 2004, quando levou alegorias vivas para a avenida. E sabe como poucos trabalhar com enredos abstratos, como o "É de arrepiar" deste ano. Lamentamos mais uma ato de censura, a exemplo do que ocorreu com o cristo da Beija-Flor em 1989. Que cada um faça seu julgamento, mas sem demagogia!

* Christiano Bianco

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Vila politicamente correta

A Vila Isabel vem com o enredo 'Trabalhadores do Brasil'. De cara, quem ouve o samba, diz que mais parece mais uma ode ao Partido dos Trabalhadores. No site da agremiação, afirma-se que "o enredo tem como questão central pôr fim ao mito da indolência nacional, segundo o qual o brasileiro é um sujeito preguiçoso, indolente e avesso ao trabalho". Na verdade a Vila vai tratar da história da luta trabalhista no Brasil, desde a resistência dos escravos nos quilombos, passando pela criação da CLT por Getúlio Vargas, o desenvolvimentismo de JK e as greves dos metalúrgicos, até os dias de hoje.

Enredos politizados demais podem não surtir bons resultados, mas a crítica política e social no Carnaval é imprescindível, pois trata com ironia e bom-humor os males do país, o que não é o caso do samba da Vila. Há só exaltação e praticamente nenhuma crítica; diria que é um enredo politicamente correto, aliás, até demais. O refrão principal do samba, por exemplo, diz:

"Hoje é dia do trabalhador / Que conquistou o seu lugar
E vai nossa Vila, fazendo história / Pra luta do povo eternizar"

Enfim, o samba é bem animado, mas seu conteúdo deixa a desejar. A propósito, a Vila aproveitou o tema para angariar apoio na iniciativa privada. A Ticket, líder no setor de refeição-convênio, investirá 12% de toda sua verba de marketing prevista para 2008 no patrocínio da agremiação. A empresa uniu o útil ao agradável, para reforçar a imagem positiva junto aos trabalhadores aos quais fornece benefícios.

* Christiano Bianco

sábado, 5 de janeiro de 2008

Celebridades

Depois de um merecido descanso de pouco mais de duas semanas, voltamos à carga, já qua falta menos de um mês para o tão esperado Carnaval. E iniciamos o ano com informações do camarote da Brahma na Sapucaí - afinal, a badalação nos bastidores também faz parte da festa.

Aí vão algumas das presenças confirmadas: o cantor Paulo Ricardo, do extinto RPM; o padeiro de luxo Olivier Anquier e sua nova namorada, Adriana Alves; a elegante atriz Silvia Pfeifer; as globais Giovanna Antonelli, Nívea Stelmann e Gabriela Duarte, as três do elenco da novela Sete Pecados; e o cavaleiro Rodrigo Pessoa. Todos os convidados do camarote ganharão um par de um modelo exclusivo de Havaianas, empresa parceira pelo 6º ano consecutivo.

Aproveitamos para desejar um 2008 com muita Folia e Dignidade!