Dia desses, assistindo ao documentário "Chico e as Cidades", uma cena causou emoção. Já no final, com os caracteres passando no canto inferior da tela, uma negra, certamente mangueirense da gema, enquanto cozinhava, cantava, sem errar a letra, o samba campeão da Mangueira em homenagem ao ilustre compositor em 1998 - "Chico Buarque da Mangueira". Só quem estava lá - era meu segundo ano de Sapucaí 'in loco' - viu a verde-e-rosa sair da avenida consagrada pelo público, aos gritos de 'é campeã', em meio ao refrão: "Ô iaiá, vem pra avenida ver meu guri desfilar / Ô iaiá, é a Mangueira fazendo o povo sambar". E olha que nem mangueirense sou. Mas acho que reside aí a principal diferença, sob o ponto de vista da torcida, entre futebol e Carnaval. Apesar de termos nossa escola do coração, torcemos para que as demais também façam uma bela apresentação. Afinal, o que vale é o espetáculo.
Ainda em relação à Mangueira, mais uma recordação. Ontem assisti a trecho do desfile de 2003, aquele sobre a fuga dos judeus do Egito, e relembrei mais uma daquelas tiradas geniais dos carnavalescos: uma ala toda de azul, representando o mar, abre-se, a partir de uma ordem de Moisés, para a passagem do povo, no momento exato em que o samba diz: "Libertação! E num gesto encantado / O mar virou passarela".
* Christiano Bianco
domingo, 25 de novembro de 2007
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Um comentário:
Já disse várias vezes e repito: o Chico é o homem mais lindo do planeta inteiro e adjacências.
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